Informes 9/abr 2020

INFORMATIVO MICHAELIS
09 de ABRIL de 2020

www.michaelis.org.br

Querida Comunidade Educadora Waldorf Michaelis,

“De um ponto de vista oculto, tudo o que ocorre por amor não traz benefícios pessoais, mas é uma atividade de retribuição por um bem já consumido. As únicas ações das quais nada teremos no futuro são aquelas feitas a partir de um verdadeiro, autêntico amor”.


Rudolf Steiner – Palestra de 17/12/1912, “Amor, poder, sabedoria”.

Com esta frase de Rudolf Steiner, aprofundada ao final deste Informativo, homenageamos e agradecemos a atual diretoria da nossa mantenedora APAM-RJ (composta por Andrea Blum, Márcia Sousa, Melissa Paro, Plinio Marcos e Stella van Weerelt) e o atual conselho fiscal (Alexandra Tsallis, Laís Tammela e Rafael Tonassi). Todos eles pais ou ex-pais da Michaelis e/ou apoiadores e estudiosos da Antroposofia e da Pedagogia Waldorf.


Além do dedicado e excelente trabalho que eles vêm desenvolvendo, em doação, na esfera administrativa e jurídica da nossa escola, eles se prontificaram a permanecer em seus cargos até agosto de 2020 devido à pandemia (que impossibilitou a realização da Assembleia Geral Ordinária que elegeria novos membros da diretoria e do conselho fiscal no dia 21 de março).


❤ Gratidão a todos eles por seu ato de amor. Gratidão às 13 gestões administrativas e a todos os gestores e conselheiros que generosamente se puseram a serviço da nossa coletividade nos 26 anos de existência da Escola Waldorf Michaelis.


* Na foto, os integrantes da diretoria em reunião de encerramento de 2019, com a consultora Leila Tammela, que vem apoiando os dois últimos grupos diretores com seu trabalho de facilitação, exercício fundamental e precioso, de um olhar e palavras carinhosos, a quem também estendemos nossa gratidão!

Depoimentos de ex-diretores da APAM-RJ:

“Carrego comigo a lembrança do início de um caminho de aprendizado, onde o exercício da escuta coletiva traz revelações sobre os outros, sobre mim, sobre nós. O significado prático de viver em comunidade, o valor de tomar decisões coletivamente e sustentá-las em respeito aos processos vividos. E imensa gratidão pela oportunidade de fazer parte desta associação de cuidados com a Pedagogia Waldorf e a Antroposofia no Rio de Janeiro. Mariana Bali, diretora entre os anos 2010 e 2012.

“A organização social da escola sempre me causou admiração. Fazer parte da diretoria era para mim motivo de um orgulho gostoso. Com o tempo, fui entendendo mais profundamente do que se tratava de fato e um misto de ansiedade e dúvida tomou conta de mim: “Será que eu daria conta? Estava à altura de tão nobre causa?”. O tempo passou e o que posso dizer é que foi um presente da vida fazer parte dessa organização. Hoje olho pra trás e sinto alegria pelo tanto de aprendizado que pude ter e felicidade de carregar as amizades que fiz com o grupo que esteve junto comigo”. Leila Levy, diretora entre os anos 2008 e 2010.

AGENDA DE 09 a 16/ABRIL

 09 e 10/ABRIL – RECESSO/FERIADO

Norteando-se pelo nosso calendário oficial, que prevê o recesso no dia 09/ABRIL referente ao feriado da sexta-feira da Paixão (10/ABRIL), os professores do Ensino Fundamental enviaram conteúdos pedagógicos cobrindo a semana até a quarta-feira, 08/ABRIL.


 Devido ao feriado de sexta-feira, 10/ABRIL, as reuniões on line das turmas do Fundamental com os professores não ocorrerão.


 Vinculando-nos ao simbolismo da Semana Santa como a semana da introspecção e do silêncio para a Antroposofia, veja os “alimentos espirituais” relacionados ao evento e aos desafios do momento em que vivemos nas sessões FIQUE LIGADO e ACONTECEU.

FIQUE LIGADO!

 AGRADECIMENTOS

  Neste momento inédito e difícil em que todos vivemos, agradecemos o esforço, o espírito de união e de solidariedade das famílias a fim de permanecerem e contribuírem para a sustentação da escola. O processo vem sendo tocante para todos os envolvidos e os esforços para o diálogo e o acolhimento têm nos mantido unidos. Enfrentaremos esta crise juntos com serenidade, responsabilidade e sempre fortalecendo os vínculos que nos unem como comunidade.

 Aos nossos professores, agradecemos pelo empenho e esmero em produzir com celeridade o material para acompanhamento do ensino durante a quarentena. Mais uma vez eles nos encantam com a beleza de sua arte e da nossa pedagogia: com todos os desafios do momento, da distância e os tecnológicos, estão produzindo materiais lindíssimos para a orientação das famílias às crianças em casa! (Acesse o arquivo do ritmo da Educação Infantil no próximo tópico.

 Ao trabalho diligente “silencioso” da equipe do administrativo e diretoria da mantenedora (homenageada nesta edição) nos esforços para a manutenção das rotinas, enxugamento de custos, apoio às famílias e aos docentes e articulações necessárias neste momento.

 Em nome de nossa comunidade, obrigada a todos!

 SEMANA SANTA – Conteúdos sugeridos 

  • Histórias da Páscoa (Acesse Aqui);
  • Ritmo de Páscoa do Ensino Infantil da Escola Waldorf Michaelis (Acesse Aui);
  • Páscoa no contexto Waldorf” (Anna Maria Macrander Karassawa) (Acesse Aqui);
  • “Os Acontecimentos da Semana Santa (Emil Bock)” (Acesse Aqui).
  • Resumo livre do belo evento “Vivência de Páscoa” ofertado a nós pelo Ramo Rudolf Steiner no Domingo de Ramos (ver a sessão ACONTECEU).
  • Palestra de Ana Paula Cury (médica antroposófica) “A doença à luz da ciência espiritual”, que recomendamos, acesse nossa página: https://www.facebook.com/jardimescolamichaelis/.

 QUARENTENA – PRORROGAÇÃO ATÉ 30/ABRIL

Cumprindo a Deliberação nº 376 do Conselho Estadual de Educação (acesse aqui) de 23 de março de 2020; as publicações de 07 e 08 de abril de 2020 do Estado e da Prefeitura do Rio de Janeiro, respectivamente, estendendo a quarentena  até 30 de abril de 2020; e observando os “Dez Princípios para a Educação no Mundo Digital” e a declaração relativa à infância saudável “Telas e dispositivos digitais – Navegando nas ondas da tecnologia para uma infância saudável”*(acesse aqui) estruturamos o desenvolvimento das atividades escolares durante a quarentena através do envio do ritmo mensal da Educação Infantil e de atividades e tarefas diárias do Ensino Fundamental pelos professores aos pais através das ferramentas digitais disponíveis.

Dando início ao processo, os materiais dos alunos do Fundamental que estavam na escola foram enviados às suas casas observando os protocolos de higiene e informando sobre o tempo de sobrevida do COVID-19 nas superfícies e materiais**:

  • Aço inoxidável: 72 horas
  • Plástico: 72 horas
  • Papelão: 24 horas
  • Cobre: 4 horas
  • Aerossolizada/Poeiras: 40 minutos a 2 horas 30 minutos
  • Tecidos – 72 a 96 horas

Foi estabelecida a rotina de reuniões de classe semanais às sextas-feiras, on line, dos docentes do Fundamental com os pais de suas turmas para acompanhamento das tarefas de casa.

 Nesta próxima sexta, 10 de abril, não haverá reuniões devido ao feriado da Sexta da Paixão.

 
*Fonte: FÓRUM INTERNACIONAL DO MOVIMENTO DA PEDAGOGIA WALDORF (antigo Círculo de Haia), órgão criado pela Seção Pedagógica do Goetheanum (2016 a 2019).
** Fonte: G1 https://g1.globo.com/bemestar/coronavirus/noticia/2020/03/19/quanto-tempo-o-coronavirus-sobrevive-nas-superficies-estudo-aponta-que-plastico-e-aco-ampliam-a-sobrevida.ghtml

ACONTECEU

 VIVÊNCIA DE PÁSCOA – Pelo Ramo Rudolf Steiner Rio de Janeiro

Resumo livre por Fernanda Sansão Hallack, mãe de alunos do 1º e 4º anos.

Os sete dias da Semana Santa (ou semana do mistério, segundo a ciência antroposófica) formam uma unidade de tempo, um todo, composto por forças e qualidades planetárias arquetípicas diferentes a cada dia. As imagens dos acontecimentos da vida do Cristo e as quantidades planetárias nos dão elementos para o caminho meditativo desta semana.

No domingo de Ramos, Cristo sai da Galiléia, vai para Jerusalém e é aclamado. É o dia regido pelo Sol, que alude à busca do centramento e à humanização. É o estado em que “somos nós mesmos”, independente das demandas do mundo externo. Aproveitando a força que emana do Sol, gerar a busca pelo estado de alma em que nos reconhecemos e nos diferenciamos do outro.

Segunda-feira, dia da condenação da figueira, quando os discípulos não entendem as palavras de Cristo – que decide por limpar o templo da cidade. O antigo Sol e a antiga Lua vão ficando para trás e ele se depara com as tentações, com a noção do que estava por vir. É o dia regido pela Lua como renovação, ação acordada, desperta, refletida; busca pelas razões que fazem a gente agir.

Terça-feira: Jesus se defronta com sacerdotes e escribas dispostos a provocá-lo para ele perder a razão. Seria preciso lutar através do verbo espiritual (dia do Sermão da Montanha). Remete ao fim da época de sua ligação com a família de sangue, à compreensão de que podia seguir o caminho de uma família espiritual. Dia de Marte. Forças de luta, autenticidade e coragem. Nossas palavras são sinceras e autênticas com nosso interior ou são justificativas e questionamentos vazios? A palavra como espada na luta por autenticidade, o silêncio interior para escuta do “eu”. Busca da palavra com sentido verdadeiro: “a palavra que escuta”.

Quarta-feira, começa verdadeiramente a semana de silêncio. Maria Madalena faz a unção de Cristo, gerando contrariedade em Judas. Prenúncio de sua traição. Dia de Mercúrio: superação do julgamento, abertura de espaço interior antes de julgar. Olhar a partir do ponto de vista e aprendizado do outro. Contemplação e escuta antes de julgar. Forças de fluidez, devoção, cura.

Quinta-feira: Santa Ceia e Lava-pés dos 12 discípulos. Judas se retira para o momento da delação. Regida por Júpiter: grandeza e sabedoria. Buscar sinceridade interior, conexão com o que temos de humano e divino, percepção sincera de como se é – e não como gostaria de ser.

Sexta-feira Santa: Drama da prisão, julgamento e condenação; Via Crúcis, crucificação e morte. Sangue do Cristo entra na Terra. Mistério da ressurreição e da vida eterna. Vênus, paixão e amor universal. Conexão com o sentimento profundo de humildade e aceitação. Receber e aceitar que não se tem o controle de tudo. O que realmente tem valor essencial? A que renuncio? Atentar ao poder da renúncia.

Sábado de Aleluia: Sepultamento de Cristo. José de Arimateia o coloca no sepulcro. Enterra-se o corpo à espera de um milagre. Imagem do Cristo descendo para o reino dos mortos. Saturno: consciência, tempo, profundidade, confiança criadora. Confiança que nos compõe e nos dá uma direção universal plena de sabedoria.

Domingo de Páscoa: Cristo ressurreto aparece para Maria Magdalena. Sepulto aberto sem corpo físico presente. Processo de interiorização do Cristo no corpo de cada ser humano. Ressurreição, abertura ao milagre e à vida, o novo nascendo dentro da gente. Começa o ano.

No livro “Minha Vida”, Rudolf Steiner faz descrições profundas de seus estados de alma. Aos 30 anos, ele estava em Weimer escrevendo o livro “A Filosofia da Liberdade”, editando as obras científicas de Johann Wolfgang von Goethe e trabalhando na aprofundação filosófica da gênese do processo do pensar. Friedrich Nietzsche e Ernest Haeckel eram suas referências teóricas sobre o assunto, contudo não chegavam às mesmas conclusões que lhe eram percebidas como verdadeiras – já que sua percepção do mundo externo era menos concreta do que a vívida dimensão de sua percepção interna e anímica advinda do mundo espiritual.

Assim, o conhecimento científico de Steiner passou a ser diretamente forjado a partir de sua clara percepção do mundo espiritual. Antes, porém, por volta de seus 35 anos, ele vivenciou com intensidade a dúvida se deveria calar ou expor sua cosmovisão suprassensível. Foi nesse contexto que ele se deparou com o mistério do Gólgota (nome da colina onde Jesus foi crucificado), que forneceu-lhe a metáfora capaz de traduzir o espiritual na matéria que se lhe apresentava. Segundo Rudolf Steiner, O Cristo viveu a iniciação no nível mais elevado como ser terreno nas profundezas do rio Jordão.

Até a vinda do Cristo, todos os seres espirituais instruíam a humanidade em seu processo de desenvolvimento, mas não vivenciavam a experiência de nascer e morrer como os seres terrenos. A encarnação do Cristo foi um momento único do cosmos no qual os deuses e a humanidade tiveram a intenção de que um ser espiritual vivenciasse o processo nascimento/morte.

Em quatro palestras que Rudolf Steiner proferiu em 1924, bem no final de sua vida, ele faz correlação do mistério da Páscoa com o culto de Adônis. Um dos antigos mistérios sobre o procedimento de iniciação nos fornece a imagem dos acontecimentos espirituais no mundo. O culto a Adônis pode abrir a nossa consciência para os mistérios da morte e da Páscoa.

Nos tempos antigos, a humanidade comemorava a festa da primavera como uma ressurreição da natureza após o inverno. Essa festa, relacionada ao equinócio de primavera (no hemisfério norte), caia na época da Páscoa. Dessa maneira, torna-se previsível relacionar a ressurreição do Cristo na Páscoa com os mistérios de primavera. Todavia, de fato, para Steiner, a festa Cristã de Páscoa tem muito mais a ver com os mistérios do outono. O autor nos fornece uma definição da Páscoa do ponto de vista de novos mistérios. A Páscoa é a festa da ressurreição e no centro do evento está Cristo Jesus que passa pela morte. A sexta-feira Santa vem lembrar esse fato. Depois o Cristo fica três dias no túmulo, que são celebrados como dias de luto. No terceiro dia, Cristo sai do túmulo. Então há a morte, o repouso no túmulo e a ressurreição do Cristo.

O culto a Adônis, celebrado nos tempos antigos, tem a mesma estrutura da Páscoa. Nele, a imagem do deus da beleza e da força juvenil é o ponto central do mistério. Adônis não só revelava a perfeição em sua aparência como também representava valores de dignidade e grandeza interior do ser humano. Esta imagem de máxima perfeição do humano na Terra foi carregada durante um culto de luta profunda até o mar (ou um lago ou rio) perto da comunidade, ficando afundada na água durante três dias (durante os quais comunidade ficou envolvida por uma calma e seriedade profundas). Após, a imagem foi retirada das profundezas da água e a comunidade entrou em festa com hinos, cantos e danças, louvando a ressurreição do Deus. Nos tempos antigos, este culto despertava as almas dos povos que vivenciavam algo sobre a morte na calma profunda e depois se alegravam com a ressurreição.

Durante esses cultos também aconteciam mistérios de iniciação mais profundos guiados pelos iniciados. Os escolhidos eram levados para um espaço escuro onde havia uma espécie de caixão. Neste, eles se deitavam e vivenciavam a passagem pelo portal da morte durante três dias. Eles então despertavam no terceiro dia, avistando um broto de ramo de planta à sua frente. Isso simbolizava a vida nova brotando dentro deles. Os iniciados então se levantavam do “caixão” com uma nova consciência. Se dizia que “eles foram conhecer a linguagem dos espíritos e uma nova escrita” que significava a possibilidade de enxergar o mundo a partir do espiritual.

Esses cultos aconteciam no outono quando o ser humano vivenciava a morte da natureza e o fenecer das plantas à sua volta. Eles queriam dizer: “Cada homem vai morrer um dia quando o outono chegar para ele. O importante é o luto, entrar em luto profundo quando alguém morrer. Assim, quando sua própria morte se aproximar de verdade, será possível se lembrar do outono, dos mistérios de iniciação e do culto ao deus da beleza, da juventude e da grandeza. Será possível vivenciar as coisas que desaparecem, como desaparecem no outono quando se passa pelo portal da morte durante a vida na Terra. A vida na Terra é passageira; quando um ser humano é retirado dela, ele vive dentro das amplidões do etérico do mundo. Ele percebe como cresce e se transforma de forma que o mundo todo se torna propriedade dele. Em três dias, ele vai viver no grande cosmo. Olhando para a imagem da morte e para o que foi passageiro, desperta-se do outro lado no espírito após três dias, a alma entra na eternidade. O ser humano desperta para nascer do outro lado no mundo dos espíritos”.

Nos mistérios profundos de iniciação, considerava-se que o iniciado havia passado por uma transformação interior, suas forças anímicas haviam sido despertadas para vivenciar o mundo espiritual. Ele tornava-se um “vidente iniciado” que conhecia as profundezas da morte. Esta iniciação despertava a consciência superior dentro da alma. A alma “ressuscitava” numa consciência superior. O corpo físico travava uma iniciação exclusivamente anímica.

Quando Cristo morreu na cruz, os iniciados antigos disseram que Jesus Cristo era um ser solar que “desceu” no momento de seu batismo no rio Jordão e se apropriou do corpo do Cristo. Só um ser solar seria capaz de vivenciar a iniciação passando pelo portal da morte no corpo físico e ressuscitando na Terra. Dizia-se que esta era a iniciação no nível mais elevado.

Os sete dias da Semana Santa (ou semana do mistério, segundo a ciência antroposófica) formam uma unidade de tempo, um todo composto por forças e qualidades planetárias arquetípicas diferentes a cada dia. As imagens dos acontecimentos da vida do Cristo e as quantidades planetárias nos dão elementos para o caminho meditativo desta semana.

No domingo de Ramos, Cristo sai da Galiléia, vai para Jerusalém e é aclamado. É o dia regido pelo Sol, que alude à busca do centramento e à humanização. É o estado em que “somos nós mesmos”, independente das demandas do mundo externo. Aproveitando a força que emana do Sol, gerar a busca pelo estado de alma em que nos reconhecemos e nos diferenciamos do outro.

Segunda-feira, dia da condenação da figueira, quando os discípulos não entendem as palavras de Cristo – que decide por limpar o templo da cidade. O antigo Sol e a antiga Lua vão ficando para trás e ele se depara com as tentações, com a noção do que estava por vir. É o dia regido pela Lua como renovação, ação acordada, desperta, refletida; busca pelas razões que fazem a gente agir.

Terça-feira: Jesus se defronta com sacerdotes e escribas dispostos a provocá-lo para ele perder a razão. Seria preciso lutar através do verbo espiritual (dia do Sermão da Montanha). Remete ao fim da época de sua ligação com a família de sangue, à compreensão de que podia seguir o caminho de uma família espiritual. Dia de Marte. Forças de luta, autenticidade e coragem. Nossas palavras são sinceras e autênticas com nosso interior ou são justificativas e questionamentos vazios? A palavra como espada na luta por autenticidade, o silêncio interior para escuta do “eu”. Busca da palavra com sentido verdadeiro: “a palavra que escuta”.

Quarta-feira, começa verdadeiramente a semana de silêncio. Maria Madalena faz a unção de Cristo, gerando contrariedade em Judas. Prenúncio de sua traição. Dia de Mercúrio: superação do julgamento, abertura de espaço interior antes de julgar. Olhar a partir do ponto de vista e aprendizado do outro. Contemplação e escuta antes de julgar. Forças de fluidez, devoção, cura.

Quinta-feira: Santa Ceia e Lava-pés dos 12 discípulos. Judas se retira para o momento da delação. Regida por Júpiter: grandeza e sabedoria. Buscar sinceridade interior, conexão com o que temos de humano e divino, percepção sincera de como se é – e não como gostaria de ser.

Sexta-feira Santa: Drama da prisão, julgamento e condenação; Via Crúcis, crucificação e morte. Sangue do Cristo entra na Terra. Mistério da ressurreição e da vida eterna. Vênus, paixão e amor universal. Conexão com o sentimento profundo de humildade e aceitação. Receber e aceitar que não se tem o controle de tudo. O que realmente tem valor essencial? A que renuncio? Atentar ao poder da renúncia.

Sábado de Aleluia: Sepultamento de Cristo. José de Arimateia o coloca no sepulcro. Enterra-se o corpo à espera de um milagre. Imagem do Cristo descendo para o reino dos mortos. Saturno: consciência, tempo, profundidade, confiança criadora. Confiança que nos compõe e nos dá uma direção universal plena de sabedoria.

Domingo de Páscoa: Cristo ressurreto aparece para Maria Magdalena. Sepulto aberto sem corpo físico presente. Processo de interiorização do Cristo no corpo de cada ser humano. Ressurreição, abertura ao milagre e à vida, o novo nascendo dentro da gente. Começa o ano.

 

O QUE VEM POR AÍ

 18/ABRIL – RETIRO DE ORÇAMENTO* – Cancelado

 
A reunião semestral, que conflui toda a comunidade, será on line em plataforma digital. Aguarde o anúncio da nova data em breve.

* No modelo associativo praticado pela escola as decisões econômicas que tangem à comunidade são debatidas e tomadas nos Retiros de Orçamento semestrais. Nesse encontro, apresentaremos o cenário econômico-financeiro e as possibilidades futuras para que juntos possamos enfrentar a crise atual e o que a realidade nos apresenta. Todos os membros da comunidade estão convidados e são necessários nesse amplo debate e envolvimento com as escolhas que constroem a nossa escola. 

“De um ponto de vista oculto, tudo o que ocorre por amor não traz benefícios pessoais, mas é uma atividade de retribuição por um bem já consumido. As únicas ações das quais nada teremos no futuro são aquelas feitas a partir de um verdadeiro, autêntico amor. Essa verdade poderia assustar. Felizmente os seres humanos nada sabem a esse respeito em sua consciência superficial. No subconsciente, porém, todos o sabem, e por isso realizam com tão pouco prazer os atos de amor. Essa é a razão de existir tão pouco amor no mundo. As pessoas sentem, instintivamente que, no futuro, nada possuirão, para seu eu, dos atos de amor. Uma alma deverá já ter feito grandes progressos em sua evolução para sentir prazer em praticar atos de amor dos quais nada obterá. O impulso para isso não é forte na humanidade, mas a partir do ocultismo podem-se ganhar fortes impulsos para atos de amor.

Do ponto de vista de nosso egoísmo, nada obtemos dos atos de amor; tanto mais, porém, obtém deles o mundo. O ocultismo diz: o amor é para o mundo o que é o Sol para a vida exterior. Nenhuma alma poderia mais crescer se o amor fosse eliminado do mundo. O amor é o Sol moral do mundo. Não seria absurdo , para uma pessoa que tem prazer e interesse no crescimento das flores de um prado, desejar que o Sol desaparecesse do mundo? Transposto para o âmbito moral, isso que dizer: deve-se ter interesse de que um desenvolvimento sadio se imponha nas relações da humanidade. É uma atitude sábia semear tanto amor quanto possível na Terra. Não há nada mais sábio do que promover o amor na Terra”.

Rudolf Steiner: Palestra de 17/12/1912, “Amor, poder, sabedoria”.

 

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